Resumo
Este artigo propõe uma reflexão preliminar sobre a construção histórica da visualidade contemporânea. Mais precisamente, seu objetivo é revisar e relacionar duas proposições teóricas localizadas em diferentes momentos no século XX: a “ciência do desenho” de Harold Speed e a “sintaxe da linguagem visual” de Donis A. Dondis. De início, apresentamos o viés teórico aqui adotado (história da visualidade) e justificamos a escolha das obras a serem revisadas. Em seguida, destacamos em Speed a noção romântica de uma visão subjetiva e conciliatória; em Dondis, sublinhamos as prerrogativas modernas de uma alfabetização visual. Por fim, argumentamos que ambos os discursos podem ser entendidos como indícios de um mesmo processo histórico de modernização da visão. Significa que o intento de uma normatização visual não veio a contestar o de um olhar subjetivo; pelo contrário, tanto um quanto o outro integraram uma ampla reconfiguração da visão, cuja subjetivação coincide com sua formalização normativa.
Palavras-chave: história da visualidade; ciência do desenho; sintaxe da linguagem visual; revisão crítica.
Abstract
This article offers a preliminary reflection about the historic construction of the contemporary visuality. His aim is to review and relate two theoretical propositions located at different moments in the twentieth century: Harold Speed’s “the science of drawing” and Donis A. Dondis’s “visual literacy”. First, we present our theoretical bias (history of visuality) and why we choose this works to be reviewed. Next, we point out in Speed a romantic point of view about the vision and in Dondis a modern attribution of visual literacy. We concluded that both discourses could be understood as clues in a historical process of vision improvement. The intention of a visual normalization did not come against the subjective look; contrariwise, both discourses have integrated into a broad reconfiguration of vision.
Keywords: history of visuality; science of drawing; syntax of visual language; critical review.
Autores
Marcos Beccari; Estevão Chromiec e André Luiz Santos
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