Revista Educação Gráfica

Revista Educação Gráfica

PREFÁCIO

A Revista Educação Gráfica chega ao Ano 13 de sua caminhada geométrica não por sorte, antes pelo trabalho de uma equipe que se renova e que inova… na forma e no conteúdo. No primeiro caso, inova ao sair da versão impressa em papel para a modalidade eletrônica. Isto deu à Revista melhor padrão gráfico: as imagens ganharam vida graças ao disco CD-Rom, que permitiu mais ilustrações a custo mais baixo, com melhor qualidade e com cores! No segundo caso, o conteúdo deste número inclui vasta salada geométrica que atende a muitos gostos, pois vai dos softwares aplicados ao ensino da Expressão Gráfica, à análise gráfica de mobiliário e de projetos arquitetônicos e até a composição de superfícies. E chega até o Design Gráfico no projeto de interiores, de Arte e História, de jornais diários, passando pelo engendramento de sólidos platônicos, pela visualização espacial da GD e pelas relações trigonométricas na visão do Desenho Geométrico. O leitor encontra, ainda, artigos que se debruçam sobre o livro infantil com texto visual (que não depende de tradução), outro onde se aplica a proporção áurea (ainda ela!) à criação de fonte tipográfica inspirada no alfabeto japonês. Há estudo sobre antropometria tridimensional no Design de Moda, sobre metáforas visuais e sobre ambientes virtuais na aprendizagem da Expressão Gráfica. Percebe-se que a salada geométrica deste número é diversificada. Percebe-se que as instituições que apostaram na qualificação do Professor acertaram no alvo! Está bem à vista e na Revista o resultado do esforço dos docentes – sobretudo dos autores presentes neste número – em sua atualização e na produção intelectual. Contudo, ser bom não basta! É preciso avançar mais, sobretudo por estar o Desenho, em termos práticos, excluído do ensino fundamental e do médio. Seu retorno ao ensino poderá dar-se, por exemplo, a partir do ensino fundamental e do maternal. Certamente não para refazer velhos traçados geométricos e sim, para apresentar o Desenho como linguagem e como aglutinador de conhecimentos até aqui isolados. A linguagem gráfica é tipicamente humana e vem sendo utilizada desde os primeiros agrupamentos préhistóricos; não se trata, porém, de apenas mostrar o seu lado cultural. Há outro aspecto neste retorno possível e necessário: a expressão gráfica é um meio de revelar e de extravasar emoções ainda no calor do momento, espontaneamente. Uma redação ou ensaio , ao contrário, exige um trabalho
lento, deliberado, elaborado. Cada um deles tem sua força e seu campo de ação. Então, por que a ênfase ou exclusividade nas palavras, no escrito? A identificação empática, a afetividade, a espontaneidade gráfica, valem menos? Ou os pais preferem que a personalidade da criança, ainda em formação, fique para sempre mutilada? Há muito que discutir e avançar e este não é o local adequado. Vamos á leitura da Revista e bom proveito!

Autores

Gildo Montenegro