Revista Educação Gráfica

Revista Educação Gráfica

PREFÁCIO

Foi com grande prazer que recebi o convite da Comissão Editorial para apresentar esta edição nº 4, da Revista Educação Gráfica. Criada graças à competência e capacidade de trabalho de um grupo de pesquisadores da área de representação gráfica, em abril de 1997, esta publicação constitui, sem dúvida, na realidade, brilhante continuidade histórica da tradição cultural de ensino e pesquisa do Desenho criada, ao redor da década de 70, pelos mestres da unidade universitária das Artes, da antiga Fundação Educacional de Bauru. Tempos indeléveis passados, dos quais fui um dos participantes, ao lado de dedicados colegas de magistério que souberam ensinar a pensar e a repensar continuamente sobre as questões universitárias relacionadas com conteúdos programáticos de currículos para Artes Plásticas, Desenho, Desenho Industrial, Arquitetura e Urbanismo e suas relações com as futuras profissões de artista, professor, designer, arquiteto e urbanista.
Os principais temas desenvolvidos nos artigos e ensaios apresentados neste número abordam, de diferentes ângulos e perspectivas Metodológicas, questões de grande atualidade sobre ensino e aprendizagem de conceitos geométricos e projetivos dominantes na representação gráfica em geral, no design gráfico, nas artes visuais, segundo as condições dimensionadas pelo modelo tradicional de produção ou de acordo com imensas possibilidades propiciadas pelos programas de computação gráfica, mas levando em conta as necessárias inter-relações entre ambos os modelos. Reflexões sugestivas são feitas sobre a criação artística caracterizada pelo Cubismo e a respectiva presença de teorias da Física contemporânea; o design gráfico, cartazes de artistas consagrados e as relações espaciais geradas pelos retábulos são outros interessantes temas para os estudiosos de História da Arte. São destaques também o artigo que trata sobre novas práticas educacionais e as diferentes aptidões, e a possibilidade de uma nova engenharia didática num universo dominado pela concepção lógico-matemática em detrimento de outras aptidões; sob inspiração do princípio da interdisciplinaridade procura-se uma estratégia no ensino do design e o estudo de conceitos geométricos e o aprendizado de desenho de observação; a programação visual e a editoração são estudados de modo claro e crítico, destacando-se as facilidades oferecidas pelas novas tecnologias para o desempenho profissional do designer. Outra matéria retoma a aplicação do método desenvolvido por Betty Edwards no ensino do desenho, privilegiando o lado direito do cérebro. Geometrias invisíveis e planos geometrais na perspectiva, comportam interesse para o ensino dessa matéria. Dentre outros trabalhos, devem provocar muito proveito para leitores da Revista as considerações sobre a busca de analogias entre as representações mentais e as representações no espaço bidimensional dos modelos geométricos. Minha leitura geral desses trabalhos chega à conclusão de que os autores respeitam, fundamentalmente, as premissas básicas da educação universitária e as regras inerentes ao trabalho acadêmico de qualidade: em primeiro lugar, a exigência, que deverá estar sempre presente, do pensamento cientifico nas pesquisas; em segundo,a procura constante e construtiva de uma consciência analítica e critica nas reflexões dialéticas sobre a prática e o processo de teorização das múltiplas alternativas explicativas subjacentes aos complexos problemas ordinários da função da representação gráfica, do design e da comunicação visual no mundo de representações relevantes do ciberespaço e da cibercultura; enfim, da economia do conhecimento informatizado.

Prof. Dr. José de Arruda Penteado (Professor titular aposentado do Instituto de Artes da UNESP, Campus de São Paulo; professor orientador do Curso de Pós-Graduação em Artes  – Mestrado, do mesmo Instituto).

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José de Arruda Penteado

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