Revista Educação Gráfica

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DESIGN E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADES: DOS TIPOS SOCIAIS AOS TIPOS GRÁFICOS / DESIGN AND THE PRODUCTION OF SUBJECTIVITIES: FROM SOCIAL TO GRAPHIC TYPES

Resumo

O presente artigo se destina a traçar uma linhagem genealógica das ideias de tipo social e de tipo gráfico, explicitando de que modo elas constituem um dos modos privilegiados através dos quais o design incide na produção de subjetividades, interferindo nos vínculos que Michel Foucault estabelece entre sujeito e verdade. Para tal, estabelecemos de que forma aquilo que Jacques Rancière denomina Regime Estético provê o solo epistemológico e sensível a partir do qual puderam emergir tanto as duas ideias de tipo quanto o próprio design. Compreendemos que embora se trate de um pensamento historicamente situado, ele não está passível de ser circunscrito apenas ao campo do design. Assim, também trazemos exemplos das ideias de tipo sendo empregadas na criminologia, na fotografia e na arquitetura. Procuramos dissolver a dicotomia que historicamente opôs design social e formalista, encontrando um devir social na trama originária que constitui o design no bojo do Regime Estético. À luz de autores como Adrian Forty e Deyan Sudjic, explicitamos de que modo o design materializa e reproduz uma série de valores cristalizados na sociedade, tendo a ideia de tipo como via de acesso privilegiado à produção de subjetividades.

Palavras-chave: design e política; design e subjetividade; regime estético; tipo social; tipo gráfico; design e sociedade disciplinar.

 

Abstract

This article aims to outline a genealogical lineage of social and graphic type-related ideas, explaining how they constitute one of the privileged ways through which design influences the production of subjectivities, intervening in the establishment of certain bonds between the subject and truth, according to Michel Foucault. To this end, we precise how the Aesthetic Regime, as Jacques Rancière would name it, provides the epistemological and sensorial – or aesthetic –  ground from which both ideas of type and design itself emerged. We understand that although it is a historically situated thought, it cannot be confined to the field of design alone. Thus, we also bring examples of the type ideas being employed in criminology, photography, and architecture. We seek to dissolve the dichotomy that has historically opposed social and formalist design, finding a social becoming in the original fabric that has constituted design at the heart of the Aesthetic Regime. In the light of authors such as Adrian Forty and Deyan Sudjic, we explain how design materializes and reproduces a series of crystallized values ​​in society, having the idea of ​​type as a privileged access route to the production of subjectivities.

Keywords: design and politics; design and subjectivity; aesthetic regime; social type; graphic type; design and disciplinary society

Autores

Pedro Caetano Eboli Nogueira e Denise Berruezo Portinari

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